sexta-feira, 13 de abril de 2012

Indefinição


Inesperado um assovio repentino
convertido em frio embriagado...
Na branca incerteza
esfumarenta, em silêncio,
haverá pote sobre mesa,
coisa alguma, nada?

Invadindo, o ar frio e úmido serenamente
(em vão quase deixa tocá-lo)
vai abraçando os marinheiros ansiosos,
quem na densa névoa desaparecerão lentamente.

E no longínquo de tudo
onde nada se faz certo
talvez um gesto mudo,
um olhar encoberto,
sons esparsos, derradeiros...
Salpicando a água turva
serão gracejos zombeteiros?
Sorrisos presos na dúvida?

O nevoeiro surpreende
em  misteriosos traços desfigurados
mãos carentes.

Vê luz? Pedra preciosa reluzente
ou universo de prazer almejado
em cada figura de fumaça
nada aparente?

Na inverdade de que nem um sopro forte o bastante
a neblina acumulada afaste,
de que nem o sol seja o sol da dissolução,
talvez, nem tempo revele a indefinição.


Autores
PAULA E FRANCISCO
OFICINA POÉTICA DE MAUÁ


julho/2008

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