Um café, um lugar, um silêncio
Fenômeno Fundamental
A Arte
Paula Nogueira
respirar, suar, beber, consumir, deixar brotar o fruto do ser em expressar-se em palavras e imagens. Isso aqui...apenas escapa.
quarta-feira, 29 de outubro de 2014
sexta-feira, 10 de outubro de 2014
Circunstanciais
.
Pessoas circunstanciais
Deixam a poeira como legado
Vão e vem ao lado
São felizes para sempre
No tempo em que existem
São tristes eternamente
Heróis de um dia nunca chegado
Sempre aguardado
E guardam-se no inútil momento
Em que desanuviam-se
Pra outro brilho mais radiante
Sapato Arte.PaulaNogueira |
Deixam a poeira como legado
Vão e vem ao lado
São felizes para sempre
No tempo em que existem
São tristes eternamente
Heróis de um dia nunca chegado
Sempre aguardado
E guardam-se no inútil momento
Em que desanuviam-se
Pra outro brilho mais radiante
quarta-feira, 8 de outubro de 2014
Escapar um Verso
sair da escura tormenta
no caos buscando um espaço único
não encontro... não encontro...
um espaço apenas por um segundo
feito de silêncio e de solitude
onde cabem inteiras palavas
mas que meias podem ser
num lago quieto pronto a viver
esse mar não é inevitável
é sensível ao toque
guarda meu silêncio imerso
morto onde a vida renova-se
ao redor do redor de mim mesma
entrar em confinamento
para escapar um Verso
go o o o ta
o o o nda
fenô ô ô ô meno
o o o scilante
verso o o o
no caos buscando um espaço único
não encontro... não encontro...
um espaço apenas por um segundo
feito de silêncio e de solitude
onde cabem inteiras palavas
mas que meias podem ser
num lago quieto pronto a viver
esse mar não é inevitável
é sensível ao toque
guarda meu silêncio imerso
morto onde a vida renova-se
ao redor do redor de mim mesma
entrar em confinamento
para escapar um Verso
go o o o ta
o o o nda
fenô ô ô ô meno
o o o scilante
verso o o o
Show.PaulaNogueira |
quinta-feira, 2 de outubro de 2014
Mestre Cervejeiro
terça-feira, 23 de setembro de 2014
Cubículo apertado
No meio das coisas, dando volta em volta de mim. PaulaNogueira |
uma cura pra qualquer coisa precisando se curar
Tenho um caule pronto
pra ser cortado no primeiro impulso
Tenho um verso pronto
pra te dar de graça
Tenho uma poesia pra imprimir no verso
uma cura pro texto vadio
Tenho um dedo de vergonha
pra não morrer de medo do mundo lá fora
Tenho o não
o sim
o ter tudo
e o dizer um pouco
Tenho um cubículo apertado pra você se derreter
enquanto canta pra mim
Tenho sete vidas pra dar uma volta bem grande
em volta de mim mesma
Teria o tato pra seguir linhas mais retas?
Teria nos arcos das paixões em que vivo me agarrando
um repouso tranquilo e eterno?
sem título
Eu prefiro os dias quentes, porque são do meu jeito. Prefiro suar, deixando cair as gotas ardidas das sensações vindas do centro da terra. Prefiro estar nesta terra habitada por nós; sentir a erupção vinda do núcleo explodindo e queimando tudo que toca. Prefiro não me refrescar, pois o gelo é sem graça e acaba quando derrete. E essa chama só aumenta a medida que os meus vendavais alimentam suas labaredas.
Dia de prova
Olho. PaulaNogueira |
Em dia de prova, no papel de algoz, tenho
amnésia total.
-Professora, o que significa....
-Não sei.
-Professora, como é mesmo aquele ponto que
você explicou na semana passad...
-Não sei, esqueci.
Os alunos são sempre alunos. E os
professores...
Penso que poderíamos, talvez, escolher a
amnésia que quiséssemos (então não seria mais amnésia). Talvez fosse uma
amnésia arbitrária. Vou inventar agora: arbimnésia. A palavra não tem tanta
importância agora, mas, sim, o que isso poderia significar. Poderíamos esquecer
tudo que desgostamos. Esquecer as decepções e ficar só com as coisas boas. Será
que ainda aprenderíamos algo? Será que esquecendo que sofremos teríamos a
oportunidade de fazer dos nossos encontros, vaidades, momentos de escolha,
decisões melhores e diferentes? Agora já não sei. Poderíamos esquecer as provas
que aceleram o coração ou aquelas notas baixas que nos deixam frustrados, mas
sem garantia de sucesso na nova oportunidade.
Outro dia assisti a um filme que contava
como duas pessoas tentavam esquecer seu passado juntas por não terem tido
sucesso no relacionamento. Só que, adivinha. Acabaram recomeçando a história, mas
dessa vez ele sabia que iria irritar-se com o jeito dela e ela, que iria sentir-se
entediada e presa. Mesmo consciente dos riscos, decidiram pela mesma história.
A arbimnésia seria ótima para os
depressivos, ansiosos e sofredores de todos os tipos. Seria boa para sair do
lugar? Acho que preciso pensar mais sobre isso.
quarta-feira, 27 de agosto de 2014
Quando casar, sara
Grades. PaulaNogueira |
Estava outro dia fazendo uma saladinha, parte dessa outra
nova fase. E cortei muito sutilmente um filete de pele do meu dedão - útil
dedão. Na hora não doeu e fiquei até apreciando aquele pedaço de mim que ia
embora ralo abaixo. Apreciando também o sangue que surgiu aos poucos, tímido. E
depois, junto com o ardor que a cebola proporcionou, não parava mais de sair do
dedo, irritantemente. A salada até perde um pouco do gosto quando isso
acontece.
Minha irmã acompanhava todo o processo e vendo a minha muda
angústia acrescentou: Quando casar,
sara. Rimos. Rimos da salada, de um casamento que cura, do pedaço de mim que
partia, levando o gosto da salada. E jantamos.
Poema do Dia dos Namorados
era semanticamente
era esteticamente
era pertinente
ela lírica
ela certeira
para o dia certeiro
para comemorar
espalhando gotas sanguíneas
gotas lacrimais
dilacerou-se
rasgada
desentendida
afogada na ignorância
retalhada
presente de namorado
monstrurado
não entendeu o recado
Somos amor e a guerra
Somos a espada e a
cura!
Só não sabemos desistir
E quem quer saber?
Sobraram retalhos
jamais serão unidos
novamente
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